IMPEACHMENT - Novo delator aumenta pressão sobre Trump em escândalo da Ucrânia
Um segundo informante com conhecimento sobre as controversas relações entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o governo da Ucrânia prestou depoimento ao inspetor-geral da comunidade de inteligência do país, afirmou neste domingo (06/10) o advogado Mark Zaid.
Em entrevista à emissora ABC, Zaid disse que o informante, que também é agente de inteligência, teria "informações de primeira mão sobre algumas das alegações" envolvendo as acusações contra Trump.
O advogado também representa o informante responsável pela denúncia inicial contra o presidente, referente a um telefonema entre ele e o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, em 25 de julho.
Na conversa, Trump teria usado seu gabinete e a ajuda militar americana para pressionar o líder ucraniano a investigar o ex-vice-presidente Joe Biden, pré-candidato democrata à Casa Branca nas eleições presidenciais de 2020.
Segundo a transcrição do telefonema divulgada pela Casa Branca no final de setembro, Trump pediu a Zelensky que apurasse uma suspeita de que Biden, quando era vice de Barack Obama, teria agido para obstruir uma potencial investigação contra seu filho Hunter Biden na Ucrânia. O filho do democrata é membro do conselho de uma empresa de gás ucraniana.
A denúncia, que implica que o presidente estaria pedindo ajuda de um governo estrangeiro para interferir nas eleições presidenciais americanas, resultou na abertura de um inquérito de impeachment contra Trump por parte da presidente da Câmara dos Representantes, a democrata Nancy Pelosi.
A existência de um segundo informante havia sido relatada pelo jornal americano The New York Times na última sexta-feira. De acordo com a publicação, o delator teria "informações mais diretas sobre os eventos do que o primeiro denunciante".
Zaid afirmou que o segundo informante ainda não formalizou uma denúncia contra o presidente, mas já foi interrogado pelo inspetor-geral da comunidade da inteligência, Michael Atkinson.
Caso venha a fazê-lo, deverá trazer dificuldades às tentativas de Trump de qualificar a denúncia original como "totalmente imprecisa". O delator ainda não teve contato com os comitês do Congresso que abriram inquérito sobre o impeachment de Trump.
No telefonema em 25 de julho, embora não tenha feito nenhuma promessa específica a Zelensky em troca da colaboração, o presidente americano disse em diversos momentos que os Estados Unidos "fazem muito pela Ucrânia".
A imprensa americana e a oposição democrata especulam que o republicano montou um cenário de pressão econômica para conseguir a colaboração do ucraniano.
Uma semana antes do telefonema, Trump havia suspendido uma ajuda militar de cerca de 250 milhões de dólares para a Ucrânia, que luta contra uma insurgência de grupos rebeldes apoiados pela Rússia no leste de seu território. Em 11 de setembro, mais de um mês após a conversa, a verba foi descongelada.
O presidente americano nega qualquer irregularidade ou que tenha feito algum tipo de pressão econômica sobre Zelensky. No início da semana, ele qualificou como tentativa de "golpe" o inquérito de impeachment contra ele na Câmara.
Trump ainda insiste que Hunter Biden seja investigado. Na última quinta-feira, ele sugeriu que a "China deveria iniciar uma investigação sobre os Biden". "O que aconteceu na China é tão ruim quanto o que aconteceu na Ucrânia", disse o presidente a jornalistas na Casa Branca, sem especificar quais seriam as suspeitas envolvendo Biden e seu filho no país asiático.
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DW
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