Eles atormentam a humanidade desde o início dos tempos. E parecem não ter solução. Mas isso não significa que não possamos desvendá-los; ou pelo menos tentar. Conheça as novas respostas para as questões mais importantes - e mais difíceis - que existem.
Conheça as novas respostas da ciência para as perguntas mais difíceis do mundo: O unicórnio é um cavalo com barbicha, um chifre na testa e supostos poderes mágicos. Ele não existe, claro, é uma invenção. Só que isso é impossível de provar. Da mesma forma, não temos nenhum indício objetivo da existência de Deus - que pode perfeitamente ser apenas uma criação humana.
Mas isso também é
impossível de provar. É que a única maneira de provar definitivamente
uma coisa é usar o chamado método científico, que foi proposto por
Galileu Galilei no século 16 e tem quatro etapas. Primeira: observar um
fato concreto. Segunda: fazer uma pergunta sobre ele. Terceira: elaborar
uma hipótese, ou seja, uma resposta à pergunta. Quarta: fazer uma
experiência controlada para confirmar ou negar a hipótese. Simples, não?
Mas com o unicórnio, tropeçamos já na primeira etapa - porque não
existe nenhum elemento concreto, como um pedaço de cabelo ou qualquer
outra pista deixada por um unicórnio. Com Deus, você consegue passar
pelas primeiras fases. É possível observar um fato concreto (o Universo
existe) formular uma pergunta a respeito (foi Deus que o criou?) e
elaborar uma hipótese (sim ou não). Mas como vencer a quarta etapa - e
criar uma experiência científica que pudesse confirmar ou negar Deus?
É difícil até de imaginar. Isso ajuda a explicar por que a existência
de Deus divide a opinião dos cientistas. Um estudo feito nos EUA pelo
Instituto Pew revelou que 51% deles admitem a existência de alguma forma
de poder divino (contra 95% na população em geral).
Alguns
pesquisadores vão além do impasse, e dizem ter evidências de que Deus
existe - ou inexiste. A primeira categoria é liderada por Francis S.
Collins, que foi diretor do Projeto Genoma Humano e hoje dirige os
Institutos Nacionais de Saúde (NIH), principal órgão de ciência do
governo nos EUA. Para ele, a prova da existência de Deus é chamada
sintonia fina. Por essa tese, o Big Bang obedeceu a alguns parâmetros
muito precisos e coordenados entre si. Se a força que mantém unidos os
prótons e os nêutrons fosse um pouco menor, por exemplo, só o hidrogênio
teria se formado - e não existiria a matéria-prima da vida, o carbono.
Para Collins, nossa existência depende de tantas variáveis, numa
combinação matematicamente tão improvável, que não pode ser acaso. "A
sintonia fina não é acidental. Ela reflete a ação de algo que criou o
Universo", diz.
O polo ateu é liderado pelo físico Victor
Stenger, professor da Universidade do Havaí e autor de God: The Failed
Hypothesis ("Deus: a tese fracassada", inédito no Brasil). Ele descarta a
tese da sintonia fina. Diz que o Universo não foi sintonizado para nós;
nós é que somos adaptados às condições dele. Também apresenta exemplos
de como o Universo simplesmente não precisa de Deus. "Até o século 20,
acreditava-se que a matéria não poderia ser criada nem destruída, só
transformada de um tipo para outro". Se é impossível criar matéria, a
existência dela só poderia ser um milagre. "Mas aí Einstein provou que a
matéria pode ser criada a partir de energia, sem violar as leis da
física", diz. "A ciência pode provar que Deus não existe? A resposta é
sim". Mas ele mesmo faz ressalvas. "Não me refiro a uma prova lógica
[definitiva], mas a uma prova acima de dúvida, como a usada num
tribunal." Traduzindo: para Stenger, é possível provar que nada depende
de Deus, e a partir daí inferir que ele não existe. Mas mostrar que ele
não existe, felizmente para uns e infelizmente para outros, continua
impossível.
Continua amanhã com: De onde viemos?
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Eduardo Szklarz
Bruno Garattoni
Super
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