Toda
vez que você cria um perfil em uma rede social, está montando uma
persona. Mas, segundo uma nova pesquisa, ser uma pessoa diferente na
internet e offline pode ter consequências psicológicas.
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A internet oferece um terreno gigantesco para que as pessoas se “reinventem”. Hoje em dia, a presença das redes sociais nas nossas vidas é tão constante que é fácil pensar nos perfis dos seus amigos e na sua própria página como extensões das suas personalidades reais. Isso não necessariamente é verdade: a cada vez que você se cadastra em uma rede, escolhe como montar seu perfil, que pode ou não agir como você agiria offline.
Pesquisadores da Universidade da Tasmânia, na Austrália,
quiseram entender melhor o processo de ser “autêntico” na internet e
suas consequências psicológicas. Eles recrutaram 164 pessoas para participar de um estudo.
Primeiro, os voluntários respondiam um questionário sobre
seu “eu verdadeiro”, ou seja, as características que consideravam mais
importantes na própria personalidade, que definiam quem elas eram.
Depois, elas eram apresentadas a outro formulário, que perguntava como
reagiriam no Facebook a determinadas situações. Com as respostas em
mãos, os cientistas foram capazes de calcular o quão “congruente” era a
pessoa offline e a persona que ela criou nas redes sociais.
Os participantes responderam ainda a perguntas que
avaliavam o quanto se sentiam conectados socialmente, estressados,
deprimidos e ansiosos. Ao tabular os resultados, os cientistas
perceberam que as pessoas mais autênticas se sentiam mais conectadas e
menos isoladas. Já aquelas que criaram personas mais diferentes das suas
versões offline tendiam a sofrer com mais stress.
Vale lembrar que o estudo é baseado naquilo que as pessoas
acreditam que é importante na própria personalidade. Uma pessoa tímida,
por exemplo, pode ser mais expansiva na internet - mas considerar que as
características definidoras da sua personalidade continuam as mesmas.
Os pesquisadores acreditam que o efeito positivo de ser
autêntico vêm de sentir que aquilo que você é de verdade está sendo
apreciado pelos seus amigos do Facebook (através de likes, por exemplo).
Já para quem prefere ser uma pessoa diferente, existe um esforço
emocional para mudar a forma de agir - e aí surgiria o estresse.
No entanto, as explicações por enquanto são só hipóteses: os
cientistas só conseguiram garantir que há uma correlação entre estresse e
inautenticidade online, mas não sabem se um é a causa do outro. Pode
ser que pessoas já estressadas prefiram evitar sua realidade na
internet, mudando a forma de agir, enquanto os mais felizes e integrados
socialmente se sintam mais confortáveis sendo eles mesmos. conteúdo
Ana Carolina Leonardi
Editado por Bruno Garattoni
super
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