Um vilarejo no oeste da França está oferecendo um prêmio de 2 mil euros (cerca de R$ 8,9 mil) para quem ajudar a decifrar uma inscrição de cerca de 230 anos gravada em uma rocha.
A rocha de um metro de altura está localizada em uma enseada acessível apenas na maré baixa, próxima ao vilarejo de Plougastel-Daoulas, na Bretanha.
Há letras do alfabeto latino, sendo algumas invertidas ou de cabeça para baixo. E também algumas que remetem às línguas escandinavas, como Ø.
Dois anos podem ser identificados - 1786 e 1787 -, o que sugere que a inscrição data de poucos anos antes da Revolução Francesa. Há ainda a imagem de um barco à vela e um leme, além de um sagrado coração - que é representado por um coração com uma cruz em cima.
Mas a escrita desafiou todas as tentativas de interpretação dos acadêmicos locais.
Alguns acham que pode estar na língua bretã antiga ou basca, e que a pessoa que escreveu poderia ser apenas semialfabetizada.
As letras poderiam estar relacionadas com o som das palavras ouvidas pelo autor.
Em uma parte, é possível ler: "ROC AR B ... DRE AR GRIO EVELOH AR VIRIONES BAOAVEL".
Em outra, está escrito: "OBBIIE: BRISBVILAR ... FROIK ... AL".
Uma teoria é que a inscrição estaria ligada à construção de defesas navais perto desta localidade. Um forte e postos de artilharia - cujas ruínas ainda podem ser observadas - foram erguidos nesta região na década de 1780 para proteger a Baía de Brest. Até 1783, a França e a Inglaterra estavam em guerra.
"Nós perguntamos a historiadores e arqueólogos da região, mas ninguém foi capaz de descobrir a história por trás da rocha", diz Dominique Cap, prefeito de Plougastel.
"Então pensamos que talvez exista alguém no mundo com o tipo de conhecimento especializado de que precisamos. Em vez de permanecer na ignorância, resolvemos lançar uma competição."
O apelo público por ajuda é chamado de "O Mistério de Champollion em Plougastel-Daoulas" - em homenagem a Jean-François Champollion, o linguista que decifrou os antigos hieróglifos egípcios da Pedra de Rosetta no século 19.
Apaixonados por linguística e arqueologia são convidados a se registrar na prefeitura - na sequência, receberão fotografias da inscrição. Centenas de pessoas já manifestaram interesse.
Quando as inscrições terminarem, em novembro, um painel vai escolher a interpretação mais plausível do mistério.
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