Quanto mais quente o lugar da plantação, mais açúcar a uva desenvolve. Conheça as características das 16 variedades mais usadas nos vinho:
As rainhas das prateleiras
1. Sauvignon BlancOriginária do vale do Loire, a sauvignon blanc produz vinhos frescos, de boa acidez e aroma pronunciado. Esse aroma pode lembrar maracujá, pimentão verde, frutas cítricas e grama. Os melhores do mundo vêm da região de Sancerre, no Loire; no Brasil, as melhores compras são os vinhos das áreas costeiras do Chile, onde a influência do Pacífico derruba a temperatura (o que é bom para essa uva).
Onde dá: França (Loire e Bordeaux), Nova Zelândia, Chile (Leyda e Casablanca).
2. Cabernet Sauvignon
A cabernet é, de longe, a uva tinta mais popular que existe. Adaptou-se ao clima de quase todos os países que produzem vinho. Resulta em bebidas de cor escura e muitos taninos, com aromas de cereja, amora, pimentão verde e hortelã − os exemplares envelhecidos em carvalho remetem a baunilha e chocolate. É a uva predominante nos grandes vinhos de Médoc e Graves, em Bordeaux. Para um vinho bacana e barato, invista num chileno ou num argentino.
Onde dá: França (Bordeaux), Califórnia, África do Sul, Austrália, Itália (Toscana), Espanha (Catalunha), Chile (Maipo).
3. Chardonnay
Uva branca mais plantada no mundo, a chardonnay é usada tanto em espumantes quanto em vinhos tranquilos. Seu perfil aromático é bastante versátil. A variedade atinge seu auge na Borgonha, onde resulta em vinhos delicados e minerais, com notas de frutas verdes. No Novo Mundo, tendem a ser abaunilhados e amanteigados − resultado da guarda em barril. Os espumantes nacionais, onde ela geralmente vem misturada à pinot noir, são a melhor relação custo-benefício.
Onde dá: França (Borgonha e Champagne), Califórnia, Austrália, Brasil.
4. Merlot
É a outra uva de Bordeaux, onde faz tabelinha com a cabernet sauvignon. Ela prevalece nos vinhos de denominações prestigiadas, como Pomerol. É a uva tinta que melhor se adaptou ao sul do Brasil, embora as melhores barganhas do mercado doméstico recaiam nos rótulos chilenos. Enquanto a cabernet é potência, a merlot é suavidade − menos cor e menos taninos em vinhos redondos, suculentos e fáceis de beber. No nariz, lembra ameixa e amoras; se envelhecida, adquire cremosidade e notas de baunilha.
Onde dá: França (Bordeaux), Chile (Colchagua), Austrália, Itália (Toscana), Estados Unidos (Califórnia), Brasil.
5. Pinot Noir
Há quem diga que a Borgonha, sua região de origem, é o único lugar capaz de produzir e trabalhar bem a temperamental pinot noir. Não é bem assim: os tintos borgonheses são imbatíveis (e caríssimos), mas a pinot também consegue bons resultados em outras zonas de clima frio. Produz vinhos de cor vermelha, com aromas de frutas vermelhas e, quando há passagem por carvalho, notas de baunilha e coco. Também entra na composição de espumantes − inclusive alguns ótimos brasileiros.
Onde dá: França (Borgonha e Champagne), Nova Zelândia, Estados Unidos (Oregon), Chile (Leyda e Casablanca), Brasil.
6. Malbec
Nativa do sudoeste francês, onde se transforma em vinhos rústicos, encontrou seu lugar ideal na Argentina. O sol abundante do deserto de Mendoza transforma a malbec em vinhos frutados (amora, cereja) e florais (violeta), encorpados e suculentos. Recentemente, o vizinho Chile passou a investir nessa uva, produzindo exemplares de perfil aromático distinto − com notas mentoladas e de especiarias.
Onde dá: Argentina (Mendoza, Salta, Patagônia), França (Cahors, Bordeaux), Chile (Colchagua).
7. Syrah
A syrah é a uva tinta que reina no vale do Rhône (sul da França), prevalecendo nos blends de vinhos conceituadíssimos, como o Côte-Rotie e o Hermitage. No nariz, a syrah geralmente lembra especiarias como pimenta negra e um toque levemente defumado. No Novo Mundo, encontrou seu lugar na Austrália, que se tornou referência em vinhos intensos, com aromas de frutas negras e chocolate. Lá, a uva recebe o nome de shiraz.
Onde dá: França (Rhône e Languedoc), Austrália, África do Sul, EUA (Washington) e Chile (Rapel).
As que correm por fora
8. RieslingUva de clima frio, resulta em bebidas minerais e intensamente aromáticas. Os exemplares alemães podem ser secos ou adocicados.
Onde dá: Alemanha, França (Alsácia), Nova Zelândia.
9. Prosecco
Para proteger seus vinhos de imitações, a Itália recentemente mudou o nome desta uva para glera. Produz espumantes que vão do sofrível ao muito bom.
Onde dá: Itália (Vêneto).
10. Nebbiolo
A uva-símbolo do Piemonte não se adapta bem a outras regiões. Sua cor relativamente pálida engana: os vinhos são bastante tânicos e podem requerer envelhecimento.
Onde dá: Itália (Piemonte).
11. Pinotage
Cruzamento de pinot noir e cinsault, fez sucesso somente nos vinhedos sul-africanos. Seus críticos dizem que ela produz vinhos com aroma de tinta − o que não é nada bom.
Onde dá: África do Sul.
12. Primitivo
Uva nativa do quente sul da Itália, onde gera vinhos tintos suculentos e muito alcoólicos. Nos Estados Unidos, mudou de nome para zinfandel.
Onde dá: Itália (Puglia) e EUA (Califórnia).
13. Sangiovese
Variedade típica da Itália central, resulta em vinhos com acidez marcante − que podem ser de médio corpo (Chianti) ou encorpados (Brunello de Montalcino).
Onde dá: Itália (Toscana), EUA (Califórnia).
14. Tannat
Nasceu no país basco francês, mas foi adotada pelo Uruguai − único país a investir na tannat como varietal.
Onde dá: Uruguai, EUA (Califórnia).
15. Tempra Nillo
Uva abundante em toda a Península Ibérica, resulta em vinhos potentes e ricos em notas de frutas e especiarias. É a base dos grandes rótulos de Rioja e Ribera del Duero.
Onde dá: Espanha (Rioja, Ribera del Duero, Toro, Catalunha), Portugal (Douro, Porto, Alentejo).
16. Touriga Internacional
Em meio à confusão das variedades portuguesas, a touriga nacional se destaca − é uma das poucas a serem plantadas isoladamente. O aroma floral (de violeta, principalmente) é característico.
Onde dá: Portugal (Douro, Porto, Dão).
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Marcos Nogueira
Super
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