Em fevereiro deste ano, o jornal Folha de S.Paulo deixou de atualizar sua página no Facebook. Ele tomou essa decisão depois que a rede social reduziu a visibilidade do jornalismo nas páginas dos usuários, priorizando posts de amigos e família. Antes tido como uma das melhores redes para a leitura de notícias, hoje o Facebook vem perdendo essa força, e o novo relatório do Instituto Reuters para o Estudo do Jornalismo confirmou essa queda.
Em
compensação, o relatório traz boas notícias para as organizações de
mídia que buscam prosseguir com um jornalismo de qualidade e adotaram paywall:
o número de pessoas que pagam por notícias on-line cresceu em vários
países e as notificações por e-mail e por celular estão ajudando a criar
maior lealdade entre os leitores. Novos modelos de negócio, como
filiação e doações, também estão começando a ganhar força.
Mas a
maior novidade que o artigo traz é a confirmação de que as pessoas estão
migrando do Facebook para o WhatsApp para ler notícias. Já vimos o
poder desse app recentemente, com caminhoneiros organizando uma greve
que parou o país pelo WhatsApp. O uso dele como fonte de notícias
triplicou nos EUA, em apenas quatro anos. Mas o fenômeno é maior ainda
em países como Malásia (54%) e Turquia (30%), onde é perigoso expressar
opiniões políticas livremente em redes abertas.
Apesar do
grande uso da internet, quando perguntados sobre quais veículos passam
mais credibilidade, os americanos citaram mídias tradicionais como
canais de televisão e o The Wall Street Journal. Veículos criados na era digital ainda deixam as pessoas com um pé atrás: mais da metade dos entrevistados, 54%, disse que desconfia da veracidade do que lê na
internet. Isso foi bem maior em países como Brasil (85%), Espanha (69%)
e Estados Unidos (64%), onde situações políticas polarizadas são muito
discutidas nas mídias sociais. Eleições vem aí. Cuidado com as correntes
que você vai compartilhar no WhatsApp.
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Ingrid Luisa
Super
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