A depressão atinge mais de 300 milhões de pessoas em todo o mundo – entre elas, 11,5 milhões de brasileiros, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). O índice nacional é o maior da América Latina e o segundo maior das Américas – atrás apenas dos Estados Unidos. Enquanto o problema cresce assustadoramente, os tratamentos seguem na contramão: em boa parte dos casos, os remédios simplesmente não fazem efeito.
Para
chegar a esses números, os cientistas reuniram informações de dois
grupos: um com 135 mil pessoas depressivas e outro com 345 mil pessoas
saudáveis, e comparam os DNAs dos dois. Os resultados apontaram o
esperado: a maior parte dos genes “depressivos” está diretamente ligada
ao desenvolvimento dos neurônios – justamente nas regiões do cérebro
mais significativas para a depressão.
Outra
descoberta importante é que muitos desses genes estão ligados a outros
distúrbios, mais graves, como transtorno bipolar e esquizofrenia. A
análise dos dados sugere, também, que pessoas acima do peso correm um
maior risco de desenvolver a doença.
Alguns dos
genes identificados no estudo causam a diminuição do fluxo de
serotonina – e a falta desse neurotransmissor, que regula o humor, é uma
das causas da depressão. O que os antidepressivos mais comuns fazem é
justamente bombar a quantidade de serotonina no cérebro. O estudo,
porém, encontrou genes que regulam a produção de outros
neurotransmissores. Ou seja: ele aponta para novas causas possíveis. E
pode dar origem a novos remédios.
O DNA não é
o único responsável pela depressão – há outros fatores biológicos, e,
claro, sociais. Mesmo assim, tratamentos baseados nos genes podem
oferecer mudanças significativas: “Faltam novos mecanismos que
fundamentem a depressão e os distúrbios psiquiátricos”, disse o dr.
Gerome Breen, um dos pesquisadores. “As novas variações genéticas
descobertas têm o potencial de revitalizar o tratamento da depressão,
abrindo caminhos para terapias melhores e bem mais eficazes”.
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Ingrid Luisa
super
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