Conheça a tragédia de Khodynka



Uma verdadeira histeria coletiva. Sim, essa é a expressão que pode dar noção do que rolou no dia 18 de maio de 1896, em Moscou.
A história foi mais ou menos assim. Quatro dias antes, Nicolau II era coroado czar da Rússia e resolveu dar um banquete para o povo no campo de Khodynka, um grande espaço aberto no noroeste da capital russa. 
Foram improvisados teatros e outros estabelecimentos para o evento, e 150 pessoas foram escaladas para distribuir presentes. Na véspera da festa, já circulavam muitos rumores sobre “fartos e ricos presentes do czar”. Bem, na verdade, esses “presentes” seriam somente um pão francês, um pedaço de salsicha, um biscoito e uma caneca.

Caneca distribuída durante a festividade de Khodynka
À meia-noite, 200 mil pessoas já se aglomeravam. Por volta das quatro da madrugada, 400 mil russos se espremiam no descampado e outro boato surgiu: não haveria presentes para todos. Pronto, o caos estava instalado e a força policial foi chamada, o que não evitou a tragédia: estima-se que 1429 pessoas morreram e entre nove e 20 mil ficaram feridas.

Em outra festa…
O czar Nicolau e a czarina Alexandra foram informados, posteriormente, sobre a tragédia que se deflagrara em Khodynka. A embaixada francesa realizaria um baile em Moscou e Nicolau, convidado de honra, refletiu que não pegaria bem comparecer.
Seus irmãos não avaliaram da mesma forma: “dar bolo” nos franceses seria “um tapa na cara de Paris”, o que poderia estremecer as relações diplomáticas entre os dois países. Nicolau cedeu e foi ao baile. E, de fato, isso não pegou bem.
Repercussão
O povo russo estava horrorizado com a tragédia e cabeças teriam que rolar. A responsabilidade da organização das festividades de Khodynka havia sido confiada ao conde Vorontsov-Dachkov e ao grão-duque Serge, governador geral de Moscou e tio do imperador, que, segundo investigações policiais, era o culpado pelo massacre. Nicolau II, no entanto, preferiu punir pessoas de escalões inferiores.

Roney Rodrigues
super
Fontes: Today in History, Bonhams, Opera Mundi.

Nenhum comentário:

Postar um comentário