O mundo perde um de seus mais icônicos e sarcásticos comediantes. Praticamente desconhecido no Brasil, Don Rickels foi um de meus inspiradores, o comediante que era considerado um mestre do insulto e que fez rir com o deboche e o sarcasmo, morreu nesta quinta-feira, aos 90 anos, em sua casa de Los Angeles.
De acordo com seu porta-voz, Paul Shefrin, Rickles morreu de insuficiência renal. Ele deixa sua esposa, Barbara, a filha, Mindy Mann, e dois netos. O humorista completaria 91 anos no mês que vem.
Rickles, que contou ter desenvolvido seu estilo de zombaria bem-humorada porque não sabia contar piadas tradicionais, havia cancelado algumas apresentações recentemente, incluindo uma que faria em maio em Tulsa, no Estado do Oklahoma, que havia sido adiada para novembro. Rickles tinha tiradas intensas, velozes e muitas vezes improvisadas e um sorriso amplo e endiabrado. Ele fazia a alegria das plateias de clubes noturnos e de políticos ao lançar insultos, mas tudo com muito bom humor. Ao se encontrar com Frank Sinatra pela primeira vez durante uma apresentação de stand-up em 1957, Rickles saudou o temperamental cantor, que chegava com uma comitiva de tipos durões, dizendo: “Sinta-se em casa, Frank – bata em alguém”. Para a sorte de Rickles, a piada agradou Sinatra, que se tornou um de seus maiores admiradores.
Apresentando-se décadas mais tarde no baile de gala da segunda posse do presidente americano Ronald Reagan, Rickles não hesitou em cutucá-lo, perguntando: “Está rápido demais para você, Ronnie?”. Mas os alvos mais frequentes do humorista eram os fãs que lotavam seus shows para ter uma chance de serem humilhados sendo chamados de “otário” ou pior. Celebridades compareciam com frequência só pela honra de serem ridicularizadas por Rickles, e nenhuma minoria ou grupo étnico escapava de sua língua ferina.
com conteúdo Reuters
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