Mais
uma delação premiada da Odebrecht atinge o senador Aécio Neves
(PSDB-MG), um dos campeões de citações nos depoimentos e como alvo de
inquéritos autorizados pelo Supremo Tribunal Federal.
O
ex-executivo da empreiteira Benedicto Júnior afirmou que o presidente
nacional do PSDB pediu à empresa doação de R$ 6 milhões via caixa 2 para
a campanha de 2014. De acordo com Benedicto, o tucano distribuiu essa
quantia para aliados que eram candidatos. Segundo ele, foram
beneficiados Antonio Anastasia (PSDB-MG), que se candidatou ao Senado;
Dimas Fabiano Toledo (PP-MG), que concorreu à Câmara; e Pimenta da Veiga
(PSDB-MG), derrotado na disputa pelo governo de Minas.
Segundo
o ex-executivo, a conversa com Aécio foi "provavelmente" no apartamento
do parlamentar, na Avenida Vieira Souto, Zona Sul do Rio. "Em torno de
março e abril de 2014, fui procurado pelo senador Aécio Neves que me
pediu que eu programasse uma ajuda de campanha, de forma de caixa 2,
para um grupo de candidatos que faziam parte da base, a qual ele
liderava. Nominalmente, o candidato ao Senado doutor Antonio Anastasia;
candidato a governador Pimenta da Veiga; e candidato a deputado federal
por Minas Gerais Dimas Fabiano Júnior", disse Benedicto no depoimento.
O
delator informou que R$ 3 milhões dos R$ 6 milhões foram divididos em
12 parcelas de R$ 250 mil e repassadas a uma pessoa chamada Anderson, um
intermediário ligado a Dimas Fabiano Júnior, de acordo com Benedicto.
Ele disse os outros R$ 3 milhões foram divididos em três parcelas de R$ 1
milhão, entregues em um endereço de Belo Horizonte.
Benedicto disse que executivos da empresa tinham "prioridade" na
agenda de Aécio. “Todas as vezes que, ou eu ou o Marcelo, pedimos para
ser recebidos [por Aécio], a gente conseguia marcar a reunião e era
recebido”, disse.
Outro lado
Antonio
Anastasia informou, através de sua assessoria de imprensa, que em toda a
sua trajetória política e pessoal, o tucano nunca tratou de nada
ilícito com alguém. O deputado Dimas Fabiano disse que jamais pediu ou
recebeu quaisquer recursos da Odebrecht, muito menos por interposta
pessoa. As respostas dos citados forma publicadas no G1.
O
advogado de Pimenta da Veiga, Sânzio Baioneta Nogueira, afirmou que não
existe formalmente a instauração de procedimento investigativo contra o
seu cliente. De acordo com o defensor, o ministro do Supremo Tribunal
Federal Edson Fachin determinou a devolução dos autos ao
procurador-geral para que ele se manifestasse. Nogueira acrescentou que
Pimenta da Veiga jamais receberia qualquer valor que não fosse
oficialmente declarado.
Ao
portal, a assessoria do senador divulgou a seguinte nota: "Na condição
de dirigente partidário, o senador Aécio Neves solicitou apoio a
diversos candidatos, sempre nos termos da lei, o que é inclusive
reconhecido em outros trechos das delações."
Minas 247
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