As atribulações de um médico cubano no Brasil


O governo cubano resolveu repatriar todos os médicos que se encontram no Brasil, e, que, não estejam em relação estável ou casados, trocando por novos médicos, como medida preventiva para evitar um êxodo em massa.
É claro que esta decisão unilateral não agradou nem um pouco os médicos que se encontram no Brasil respeitando as regras de Cuba, ainda mais após o governo brasileiro renovar os vistos e estadias de todos por mais 3 anos.
Em desabafo, um médico, radicado no nordeste brasileiro, nos enviou o seguinte relato:


Atribulações de um médico cubano que se sente esquecido no Brasil


Leiam e compartilhem por favor, para vermos se chega até os ouvidos de nossos dirigentes políticos em Cuba.
Sou médico com três missões internacionais, fui militante da União dos Jovens Comunistas (UJC) por 14 anos e militante do partido comunista desde os 29 anos até hoje. Mas a minha indignação não conhece limites quando me vejo enfrentando decisões rasteiras, desprovidas de todo o respeito pelo ser humano que aqui se encontra.
Ontem recebemos a notícia que finalmente o Programa Mais Médicos terá continuidade e felizmente foi decidido que os médicos que tem relações estáveis no Brasil ou se casaram, poderão renovar seus contratos, o que certamente me enche de alegria, mas, justamente este tema me coloca em uma séria reflexão, desprovida de paixão e que me deixa sem respostas para a seguinte pergunta:
Por que não posso renovar meu contrato de trabalho com o Brasil, se com meu trabalho ganhei reconhecimento da população, mesmo que não tenha me casado com uma brasileira?
A resposta é clara, em Cuba os que cumprem as regras nunca são beneficiados.
A orientação de evitar casamentos com as brasileiras e brasileiros era abertamente reconhecida, era sim uma regra que deixavam claro desde o primeiro momento de nossa saída de Cuba, o limite de três meses que nossos familiares poderiam permanecer aqui, entre outras medidas, foi estritamente seguida pelos coordenadores, que ficaram conhecidos pelos brasileiros como espiões?!?
Que surpresa eu tive, quando agora estes que não cumpriram as orientações terão direito de permanecer com o contrato e eu, que cumpri todas as regras, sacrifiquei minha família, provi suporte ao meu país, coletei maçãs a cada mês, que é como aqui chamamos em código o suporte financeiro  que deveríamos enviar aos militantes do Partido Comunista de Cuba (PCC), tive meu contrato cancelado sem ser consultado.
Que diabos é isto  Raul Castro, quero que escute, apesar de estar certo que isto nunca será lido por você e muito menos por algum dirigente do partido dará valor ou resposta ao que escrevo...
Não é suficiente que vocês fiquem com 70% do dinheiro que ganho com meu trabalho, sem que me deixem tomar nenhuma decisão com algo que eu mesmo ganhei?
Será que, igual a missão que cumprimos na Venezuela, nós que seguimos as regras nunca teremos direitos a benefícios?
Qual a diferença entre um cubano com relação estável no Brasil e eu, que quero renovar porque minha família depende economicamente de mim?
Que apesar de minhas três missões internacionais, não tenho dinheiro suficiente para comprar uma boa casa, que mereço, depois de tantos anos de sacrifício meu e de minha família...
Por que se não desertei, segui firmemente por toda a minha vida os passos e a luta da revolução, hoje, como muitas outras vezes, não me deixam decidir meu futuro?
Não posso usufruir do que ganhei, por que estão querendo me dizer que não me respeitam e valorizam, que sou apenas um objeto que se pode manipular a vontade?
Como querem ganhar o respeito das pessoas, se não valorizam suas justas reivindicações?
Será que terei de me juntar ao amplo grupo que tomou outros rumos?
Infelizmente sei que esta carta somente será lida e compartilhada por alguns de meus compatriotas e, dificilmente chegará a quem tem o poder de decisão em Cuba, mas, se chegasse, pensem, será que um dia não ficarão sozinhos e se darão conta que os bons se foram?
Não porque foram traidores, mas sim porque se sentiram esquecidos e abandonados...
Um abraço de quem ainda é um revolucionário.

Tribulaciones de un Médico cubano que se siente olvidado em Brasil
Lean y compartan por favor para ver si llega hasta los oidos de nuestros dirigentes politicos em Cuba.
Soy medico com tres misiones internacionalistas, fui militante de la Union de Jovenes Comunistas por 14 años y del partido comunista desde los 29 años hasta hoy. Pero mi indignación no tiene limites cuando me veo enfrentando desiciones ligeras, desprovistas de todo respeto por el ser humano que esta aqui.
Ayer recibimos la noticia que finalmente el Programa Mais Medico tiene continuidad y felizmente se decidio que los que tienen relaciones estables em Brasil o se cazaron podran renovar, lo que me llena de alegria ciertamente, pero justo ese tema me da pie a una reflexion seria, desprovista de pasion y que responde a la siguiente pregunta...
?Porqué yo no puedo prorrogar mi estancia de trabajo em Brasil si me lo gane com trabajo y reconocimiento de la población aunque no me uni a ninguna brasileña?
La respuesta es clara, em Cuba los que cumplen las reglas nunca son beneficiados.
La orientación de evitar los matrimonios com nacionales sino era abiertamente reconocida, era sí una regla que dejaban claro desde el primer momento de nuestra salida de Cuba, el limite de tres meses de que nuestros familiares podian permanecer aqui entre outras medidas fue estrictamente seguida por los coordinadores, conocidos por los brasileros por ?espiones?. Pero que sorpresa me llevé cuando ahora esos que incumplieron essas orientaciones van a tener derecho a permanecer com el contrato y yo que cumpli todo, sacrifique mi família, aporte a mi pais, colecte manzanas cada mês que es como aqui llamamos em codigo al aporte que estrictamente desde aqui debemos enviar al PCC los militantes, simplemente ni me consultaron.
Pero que coño es esto, Raul Castro, quiero que me escuches, aunque se que esto nunca lo leeras y mucho menos algun dirigente le dara valor o simple respuesta:
No es suficiente que se queden com mas del 70 % del dinero que gano sino que ahora no me dejan tomar decisiones com algo que yo mismo me gané.
Sera que al igual que la mision de Venezuela los que cumplimos todo son los que nunca tenemos derecho a los beneficios
Que diferencia hay entre un Cubano com relacion estable em Brasil que renove y com justicia el contrato, y yo que quiero hacerlo porque mi família depende economicamnete de mi y a pesar de mis tres misiones aun no tengo para comprarme una casa buena como la que merezco despues de tantos años de trabajo y sacrificio mio y de mi família.
Por qué sino deserté, si he seguido firmemente toda mi vida los pasos y la lucha de la Revolución, hoy, como muchas outras veces no me dejan decidir mi futuro, el que me gané, sera que me estan diciendo que no me respetan y valoran y que soy solo un objeto manipulable.
Cómo quieren ganarse el respeto de los hombres si no los valoran em su justas reevindicaciones, será que tendré que sumarme al amplio grupo que tomo otros rumbos.
Infelizmente se que esta carta solo sera leida y compartida por algunos de ustedes y dificilmente llegara a quien tiene poder de decision em Cuba, pero si llegase, piensen, no sea que un dia se queden solos y se den cuenta que los buenos se fueron, no porque los traicionaron sino proque se sintieron olvidados.
Un abrazo de quien aún es revolucionario.

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