Recentemente, em uma de minhas aulas, minha professora nos pediu que fizessemos um trabalho de autoconhecimento. A proposta era que por meio de objetos representássemos como nos víamos no passado, no presente e futuro. Percebi então o quanto é difícil conhecer a nós mesmos.
A correria da vida, os papéis que assumimos diariamente, as máscaras que usamos para sobreviver nesse mundo tão competitivo nos prende a rótulos que ditam como devemos ser e qual nossa importância na sociedade. Mãe, esposa, empresária, psicóloga, estudante... tudo isso é muito fácil de responder, mas quem você é por dentro? Como se descreveria há 5 anos atrás? E hoje? Essas perguntas costumam nos levar a uma reflexão profunda, que pode nos desenvolver como pessoa nas mais determinadas áreas.
Na bíblia Deus nos pede "Amai ao próximo como a ti mesmo". Em contrapartida, ninguém ama o que não conhece. Eis o ponto: Quão bem você se conhece? Entende aí a importância do conhecimento próprio? A falta dele nos direciona a diversos conflitos, e a tendência é sempre culpar o próximo: parceiros, cônjuges, familiares... Infelizmente, quando não estamos em harmonia com nós mesmos, o mundo pode ser oferecido a nossos pés, mas ainda não nos sentiremos completos e felizes.
Devemos sair de nossa zona de conforto e enfrentar nossas dúvidas e incertezas. Pode ser um verdadeiro choque conhecer realmente nosso interior, por vezes até obscuro, mas é necessário. Normalmente, não fazemos ideia da bagunça em que nos encontramos, afinal, é mais fácil e menos doloroso jogar a sujeira para debaixo do tapete. É importante se propor uma faxina interna, pois muitas vezes essa situação se dá por conta de uma vírgula mal resolvida, ou até mesmo, por falta de perdão.
Quanto à minha forma de me representar em passado, presente e futuro, fiz um coração. Lindo, brilhante e bem recortado, me representava quando era pequena, época em que não precisava de rótulos impostos pela sociedade para ser importante, para ser alguém, para ser feliz. Durante minha apresentação, rasguei esse coração ao meio, lentamente. Foi a época que passei a dar importância demais ao que os outros queriam que eu fosse, mais do que era e gostaria de ser. Permiti assim, que muitas delas me machucassem, me rasgassem. Mas é quando estamos mais fracos, enterrados em nossas culpas, medos e julgamentos que Deus nos dá forças para que possamos nos reerguer. Comecei então a dar um jeito de colar os pedaços que foram separados, parte a parte, com curativo adesivo para que se reconstrua, mas que seus remendos continuem bem visíveis, pois o crescimento que a dor nos dá não pode ser esquecido.
O fato é que não importa quão terrível tenha sido seu passado ou como está seu presente, cabe a você decidir qual será seu futuro. Cada dia é uma nova oportunidade de se reinventar, de recomeçar. Permita-se!
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