Coluna do Requião Filho - A farra da propaganda com o dinheiro público
Está aberta a temporada da gastança, das campanhas do poder público, sem pé nem cabeça, criadas para chocar, emocionar, convencer a população a qualquer custo. Estamos a menos de um ano eleitoral, período em que aparentemente tudo ainda é permitido, gasto fácil com dinheiro do cidadão, sem a menor cerimônia.
Parece que virou moda criar factoides, inventar um número de contratações, estampar em letras garrafais num banner, num jornal de grande circulação e esconder a verdade debaixo do tapete. Como fez recentemente nosso governador quando disse que havia contratado dez mil policiais. Onde? Em que planeta ele vive? Mentira tem perna curta, pelo menos até que alguém tropece no canto da sala e toda sujeira venha à tona!
Ser inovador é realmente fazer por merecer. Mas há de se tomar cuidado!
Uma brincadeira bem intencionada pode causar diferentes reações sobre a mesma ideia. Foi o que se viu esta semana em Curitiba. Uma campanha que ultrapassou os limites do bom senso e, ao invés de chamar atenção para um problema tão sério como a equidade de oportunidades e acessibilidade aos deficientes físicos, levantou a indignação e a ira da população.
Um deslize grotesco, uma campanha arriscada de repercussão negativa, criada pela equipe “brilhante” de comunicação das capivaras de Gustavo Fruet. Se o objetivo era causar repulsa, desaprovação, ódio e arranhar a imagem da “PREFS”, parabéns, atingiu-se o objetivo de maneira genial!
Até a Comissão de Acessibilidade da OAB-PR repudiou a ação. Aliás, o sentimento neste momento é o mesmo em todos os cantos. Indignação. Brincadeira de mau gosto. Propaganda ruim. Dinheiro público jogado fora.
Poderiam ter investido estes recursos em fiscalização para multar de fato os pilantras que param em vagas para deficientes e não respeitam os acessos às pessoas com mobilidade reduzida. É fácil jogar uma propaganda que choca ao povo, do que realmente criar ações efetivas para denunciar e fiscalizar os infratores.
Este tipo de atitude precisa ter um fim. Propaganda institucional tem que ser clara e objetiva, sem levar na brincadeira assuntos tão sérios. Vamos defender sim os direitos das Pessoas com Deficiência e à Acessibilidade, mas não é com outdoors grosseiros e de mau gosto que vamos alcançar este objetivo.
Requião Filho
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