Uma pesquisa realizada pela Bernstein Research verificou as tarifas de telefonia móvel em diversos países do mundo. Os dados da pesquisa mostram os grandes contrastes na cobrança deste tipo de serviço mundo afora e as diferenças das tarifas cobradas de um país para o outro vai deixar você de cabelo em pé.
Digamos
que você possua um smartphone. A Índia possui uma tarifa por minuto de US$
0,01, a Indonésia e a China em média é de US$ 0,03, Rússia, Egito, Estados
Unidos e México têm tarifas de US$ 0,05. Na Europa, a Espanha possui a tarifa
mais alta com US$ 0,21 e Reino Unido a mais baixa com US$ 0,14. Entre o mais
caros, destaque para Nigéria, Brasil e África do Sul com tarifas de US$ 0,23,
US$0,24 e US$0,26 respectivamente.
O estudo
aponta o Brasil como o segundo país onde as tarifas de telefonia móvelsão as
mais caras dentro do conjunto de 17 países pesquisados. O estudo considera o
Produto Interno Bruto (PIB) e os preços médios das tarifas.
No Brasil
existem aproximadamente 250 milhões de aparelhos celulares. São 116,5 celulares
para cada 100 habitantes, no entanto, 82% dos celulares são pré-pagos e a
grande maioria não efetua chamadas, apenas recebe. O valor médio da chamada
para a mesma operadora custa R$0,50 por minuto e a para as outras operadoras o
valor médio é de R$1,50 por minuto, ou seja, uma recarga de R$12,00 equivale
aproximadamente a apenas 8 minutos de conversação. O usuário mal diz “alô” e já
tem que comprar mais recarga.
De acordo
comanalistas, a taxa de interconexão ou tarifaVUM (Valor de Uso Móvel) que as
operadoras pagam umas às outras pelo uso de suas redes é o que encarece tanto
as tarifas no Brasil. Na Europa o valor do VUM foi quase zerada para incentivar
o uso da telefonia celular, em outros países do Caribe e da América Latina ,
como o Chile, conseguiram reduzir em 50% a taxa de interconexão.
O
argumento das operadoras para o alto valor das tarifas é que manter o cliente
pré-pago não remunera o serviço e diminui o lucro em países em desenvolvimento,
consequentemente impactandono valor por minuto. Outro fator importante é que a
interconexão representa 35% da receita das operadoras e alterá-la sem desoneração
de impostos acabaria aumentando ainda mais o valordas tarifas. O que essas
operadoras esquecem de mencionar é que a maioria dos usuários opta pelos
pré-pago por causa dos preços exorbitantes cobrados pelos planos mensais, em
troca de alguns minutinhos de conversa por mês e algumas dezeninhas de mensagens
de texto.
Aqui no
Reino Unido, por exemplo, a situação é bem diferente. Recentemente, eu assinei
contrato de 24 meses com a Vodafone. Depois de anos com o iPhone, eu quase me rendi ao BlackBerry
10, mas
acabei virando acasaca e passei para o Samsung Galaxy 4S. Eu pago
£ 35.00 por mês (cerca de R$ 122,00) com direito ao telefone (não precisei
pagar um centavo por ele) com direito a chamadas e mensagens de texto
ilimitados e o equivalente a 4 horas por dia de internet no telefone. Comparem
isto com a realidade aí no Brasil e tirem as suas conclusões.
Já um
estudo da UNCTAD(Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e
Desenvolvimento), da ONU(Organização das Nações Unidas) comprova que o Brasil
tem a banda larga móvel mais cara do mundo e custo muito acima de outros países
emergentes, mesmo quando comparado a economias bem menos desenvolvidas.
De acordo
com o estudo o custo do Mbps móvel no Brasil está em US$ 51,00, ao passo que no
Marrocos custa US$ 7,00, no Quênia US$ 4,00, na Turquia, US$ 3,00 e no Vietnam
US$ 2,00. A diferença é absurda. Para piorar, o consumidor brasileiro ainda
esbarra no problema da qualidade baixissima dos serviços prestados pelas
operadoras, que não tem paralelo em nenhum dos países listados. É. Meu Brasil
brasileiro.
Artigo de Felipe Baudoin
Correspondente internacional
Londres
do blog Wilson Vieira
Correspondente internacional
Londres
do blog Wilson Vieira
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