Vereadores recebem mais de R$ 50 mil em diárias de viagens

Valor é a soma de viagens realizadas durante todo o ano de 2014.
Moradores querem que controle de gastos da Câmara seja mais rigoroso.

Os pouco mais de 5 mil moradores de Guaraci, no norte do Paraná, estão indignados com a falta de controle do uso de diárias pelos vereadores. De acordo com o Portal da Transparência, somente em 2014, a Câmara Municipal, que tem nove vereadores, gastou R$ 51.982 com diárias. Quase o dobro do que foi gasto pelos 38 vereadores de Curitiba.  Na capital do estado, o gasto com diárias foi de R$ 28.705.
O vereador Ronaldo Vladimir Moreira (PMN) foi o que mais recebeu diárias no ano passado. Foram pagos R$14.280 em diárias para o ex-presidente da Casa. Foram dez viagens para Curitiba e uma para Umuarama.
"Viajei buscando recursos para o município. Participei de algumas reuniões nessas cidades, todas com o objetivo de atrair recursos para a cidade", explica Moreira.

O atual presidente do Legislativo municipal Claudimilson Antônio Souza Freire (PMDB) recebeu, em 2014, R$ 8.092 quando viajou para Curitiba. O vereador alega ter participado de cursos.
"Participei de alguns cursos para agregar conhecimento, em outras acompanhei o prefeito e alguns deputados em reuniões com o governo", diz o presidente da Câmara.
Os moradores de Guaraci consideram o valor exagerado e querem detalhes de como esse dinheiro vem sendo gasto. A população acredita que a Câmara de Vereadores deveria ter um controle mais rigoroso.
"É um caso que precisa ser investigado, porque tudo tem um limite. Tem que ter um controle, uma fiscalização, sobre esses gastos" , diz a funcionária pública Eloiza Rodrigues.
O valor das diárias para vereadores, funcionários da câmara e da Prefeitura de Guaraci foi definido em 2012. Se o vereador viaja pra qualquer cidade do Paraná, recebe R$ 476 de diária. Se viaja para outro estado, o valor passa para R$ 680.
O contador da câmara, Marcelo de Oliveira, também recebeu diárias em 2014, foram R$ 6.240. Oliveira afirma que os vereadores precisam justificar para onde vão e porque precisam do dinheiro, mas não há a necessidade de uma prestação de contas.
" A lei municipal diz que esse valor pode ser pago ao vereador e ele não precisa prestar contas depois da viagem. Mas, o parlamentar precisa trazer um relatório com os nomes do cursos e quantos dias durou a capacitação", explica Marcelo de Oliveira.

Do G1 PR