O mestre Wes Craven morreu , criador do Freddy Krueger e Pânico



Morreu neste domingo, em Los Angeles, o cineasta americano Wes Craven, que criou algumas das franquias mais famosas do terror, como "A hora do pesadelo" e "Pânico". Ele tinha 76 anos e batalhava contra um câncer no cérebro.
Freddy Krueger, o inesquecível personagem idealizado por Craven, se tornou um dos mais icônicos do gênero. Por toda sua obra, ele é creditado como o reinventor dos filmes de terror adolescentes. A morte foi confirmada pela família do cineasta ao portal "The Hollywood Reporter".
"Hoje o mundo perdeu um grande homem, meu amigo e mentor Wes Craven. Meu coração está com sua família", lamentou no Twitter a atriz Courteney Cox, uma das protagonistas de "Pânico". "Craven me ensinou que colegas de trabalho também são sua família. Conheci algumas das pessoas mais queridas da minha vida enquanto trabalhava para ele", disse a produtora executiva e roteirista Julie Plec, co-criadora da série "The vampire diaries", que também trabalhou com o cineasta em "Pânico".

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Nascido em Cleveland, em Ohio, Wesley Earl Craven saiu do gênero que o consagrou apenas uma vez, quando dirigiu "Música do coração" (1999), que rendeu a Meryl Streep uma indicação ao Oscar de melhor atriz. Naquele mesmo ano, lançou seu primeiro romance, a ficção científica "The fountain society", sobre um premiado físico diagnosticado com câncer que tem o cérebro transplantado num clone.
Um dos talentos de Craven foi o de apostar em atores promissores. Foi ele quem escalou Johnny Depp em "A hora do pesadelo", a estreia no cinema do hoje astro de Hollywood. Mais tarde, deu a Sharon Stone o seu primeiro papel de protagonista, em "Bênção mortal" (1981). Nos anos 1970, ofereceu a Bruce Willis um personagem na cultuada série "Além da imaginação".

Craven dizia que a ideia de escrever "A hora do pesadelo" (2015) veio pelo fato de morar ao lado de um cemitério na rua Elm (o título original do filme é "Nightmare on Elm Street"), no subúrbio de Cleveland. A caracterização de Freddy Krueger teve inspiração em diversos episódios da juventude de Craven, como o período em que sofreu bullying de um colega e a vez que viu, aos 11 anos de idade, um morador de rua desfigurado. Inicialmente, o personagem tinha um comportamento calculista semelhante ao de um serial killer, mas, nas sequências, tornou-se uma espécie de vilão carregado de humor negro. No intervalo entre 1984 e 1989, ele fez cinco filmes da série.
Em 1996, ele fez o primeiro longa do que seria seu mais novo sucesso de bilheteria: a franquia "Pânico". O filme foi lançado cinco dias antes do Natal, época em que as famílias costumam ir ao cinema assistir a histórias mais leves. Em sua estreia, "Pânico" amargou o quarto lugar nas bilheterias, arrecadando apenas US$ 6,4 milhões nos EUA. Mas o boca a boca teve um efeito tão forte que o filme passou a lucrar cada vez mais. Em algumas semanas, já havia gerado mais de US$ 100 milhões, possibilitando o surgimento da cultuada franquia e incrustando no imaginário coletivo, para sempre, a máscara fantasmagórica usada pelo assassino - cuja identidade só era revelada ao fim da trama de cada capítulo. "Pânico 4" foi o último filme dirigido por Craven.
O primeiro trabalho de sua carreira como cineasta foi "Aniversário macabro", de 1972, em que escreveu o roteiro, dirigiu e editou.

com conteúdo de O Globo

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