Esquema de campanhas continua. Alguém pensou que fosse mudar?



Nada mudou, na prática, quanto ao financiamento das campanhas eleitorais. Apenas o plenário decidiu impedir que o dinheiro das empresas privadas fosse dado diretamente ao candidato, mas sim ao partido.
Particularmente, surpresa zero pra mim. Principalmente porque era inimaginável que a maioria dos deputados federais fosse capaz de alterar o atual modelo de relação política e financeira com as empresas. É assim que eles sobrevivem, vencem pleitos e fazem fortuna.
Esse é o modelo que funciona no governo federal, nos governos estaduais, nas prefeituras e nas câmaras municipais. O dinheiro vem de contratos com empresas para realização de serviços e obras.
E é claro que o empresário não vai ficar no prejuízo. Por isso a margem de lucro é elevada aqui e acolá por falta de fiscalização – com tudo combinado, claro - a obra atrasa por falta de pagamento, daí o contrato é reajustado dentro da lei. Bom, existem várias formas e opções de dar um jeito.

Ora, dificilmente um empresário vai se negar a ajudar quem o aproxima da máquina pública, quem abre espaço para negócios, para quem paga. Estar próximo do poder resulta em ótimos resultados financeiros, na maioria dos caos.
Mas também só funciona porque boa parte do eleitorado aceita vender o seu voto diretamente ou através de cabos eleitorais e lideranças políticas.
O caminho, a saída inicial teria sido apenas o financiamento público de campanhas com um teto máximo. Assim haveria alguma transparência, especialmente por conta do impedimento direto, previsto em lei, por parte dos empresários financiadores.
Porém, significaria a morte de muitos "Cunhas", um conhecido articulador de recursos para suas campanhas e de outros políticos que ele carrega embaixo do sovaco.
Resta, ainda, neste caso, votação no Senado em dois turnos. Eu não acredito em profundas alterações.
Este é o modelo dos vencedores.

Voney Malta
Brasil 247

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