"PROPINÃO" do Richa - Aparece a 1° nota fiscal

Em delação, Luiz Antônio Souza apresentou notas fiscais ao Ministério Público para comprovar uso de R$ 20 mil de esquema de corrupção para comprar 70 unidades de compensados na Gmad Complond Suprimentos para Móveis para a campanha de reeleição do governador Beto Richa; segundo seu advogado, Eduardo Duarte Ferreira, ele tem "mais duas ou três notas" comprovando outros pagamentos com verba de propina no comitê do tucano

O auditor Luiz Antônio Souza, que em acordo delação afirmou ter repassado R$ 2 milhões de propina (o PROPINÃO) à campanha de Beto Richa, apresentou notas fiscais ao Ministério Público para comprovar uso de verba de corrupção no comitê tucano.
Nos documentos, ele diz que usou R$ 20 mil para comprar 70 unidades de compensados na Gmad Complond Suprimentos para Móveis.
Procurado, o PSDB-PR, alega que a "a coordenação da campanha eleitoral do PSDB não encomendou o referido material, não autorizou e nem recebeu qualquer nota fiscal referente ao alegado serviço."
Souza está preso desde janeiro sob acusação de enriquecimento ilícito e de exploração sexual de menores.
Ele também é acusado de participar de esquema de cobrança de propina de empresários para reduzir ou até anular dívidas tributárias.
Segundo seu advogado, Eduardo Duarte Ferreira, ele tem "mais duas ou três notas" comprovando outros pagamentos com a verba de corrupção no comitê do PSDB.

O auditor sustenta que cerca de R$ 2 milhões do dinheiro da propina foram repassados à campanha de Richa. No sábado, Richa disse que o relato é "coisa de bandido".
Segundo o Ministério Público, o esquema de corrupção lesou os cofres públicos em mais de R$ 50 milhões nos últimos dez anos.

Souza e mais 14 auditores e funcionários públicos são acusados de cobrar propina de empresários e, em troca, reduzir ou até anular dívidas tributárias. No total, 62 pessoas foram denunciadas pela Promotoria por participação no esquema.
O delator disse aos promotores que recebeu ordens do então inspetor-geral de fiscalização da Receita, Márcio de Albuquerque Lima –apontado como líder do esquema– para "atender a todos os pedidos do Vitor Hugo".
Na época, Vitor Hugo Boselli Dantas era o chefe do comitê da campanha tucana em Londrina. Com a vitória de Richa, Vitor Hugo ganhou o cargo de coordenador da região metropolitana de Londrina.
Márcio, que chegou a ser preso mas agora responde às acusações em liberdade, é amigo de Richa –os dois foram parceiros em corridas de automobilismo.
INTENÇÃO
O advogado Eduardo Duarte Ferreira, que defende o auditor, disse que ele tem "mais duas ou três notas" comprovando outros gastos que bancou no comitê do PSDB.
Ferreira afirma que seu cliente não tem intenção de prejudicar Richa. "Ele está apenas contando a verdade, para conseguir a redução da pena em todos os processos onde consta como acusado. E também vai indenizar o Estado, fazendo a devolução do dinheiro desviado". Ferreira não quis informar os valores que serão devolvidos.
Além da acusação de corrupção e enriquecimento ilícito, Souza é réu em nove processos pelo crime de exploração de menores. Ele foi detido com uma adolescente de 15 anos e R$ 20 mil em espécie. Segundo o Ministério Público, o auditor tem patrimônio avaliado em R$ 30 milhões. Como funcionário da Receita, recebia cerca de R$ 25 mil mensais.
OUTRO LADO
O PSDB-PR afirmou, por nota, que "não reconhece a veracidade da alegada despesa." Segundo a sigla, "a coordenação da campanha eleitoral do PSDB não encomendou o referido material, não autorizou e nem recebeu qualquer nota fiscal referente ao alegado serviço."
O advogado Douglas Maranhão, que defende Márcio Albuquerque Lima, disse que não teve acesso à delação. Por isso, não poderia comentar.
A assessoria do governador Beto Richa disse que assuntos de campanha são tratados só pelo diretório do PSDB.
O coordenador da região metropolitana de Londrina, Vitor Hugo Dantas, não atendeu as ligações.




com textos de Carlos Ohara (folha) e Brasil 247

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