Oposição articula CPI para investigar "PROPINÃO" de Richa
O governador do Paraná, Beto Richa, deverá ter o desgaste elevado nos próximos dias, se a oposição na Assembleia Legislativa conseguir as assinaturas que restam para a criação da CPI da Receita (PROPINÃO). Os parlamentares querem investigar a denúncia, feita por meio de delação premiada pelo auditor fiscal Luiz Antonio de Souza, de que R$ 2 milhões oriundos de propina na Receita Estadual financiaram a campanha à reeleição do tucano no ano passado.
Da tribuna, o deputado estadual Professor Lemos (PT) anunciou nesta segunda-feira 18 que a CPI da Receita voltou à pauta e que "já tem nove assinaturas. Ainda faltam nove". "O ideal é, com essas declarações dadas por uma pessoa diretamente envolvida, que a gente busque ter mais assinaturas", acrescentou o líder da oposição, Tadeu Veneri (PT). Entre os que assinaram o requerimento está o deputado Requião Filho (PMDB), que pretende ir além e pedir a cassação do governador.
No fim de semana, o governador negou as acusações em um vídeo, argumentando que "pegaram um criminoso, réu confesso, preso por abuso de menores, para me acusar sem nenhuma prova. Coisa de bandido" (assista aqui). Requião Filho rebateu neste domingo, pelo Twitter: "Bandidos? Até onde sei bandido é quem faz campanha com $$$ da corrupção. O ladrão sempre acha que os outros são da mesma profissão".
Richa já estava sob pressão pelas dívidas deixadas no Estado do Paraná. No final de abril, virou alvo nacional de críticas, de governistas e oposicionistas, após uma ação truculenta da PM contra professores, que deixaram mais de 200 manifestantes feridos. O motivo: queria aprovar à força um projeto na Assembleia que modificava a fonte de pagamento do Paranaprevidência, o fundo dos servidores estaduais. E conseguiu.
Neste fim de semana, o jornal Gazeta do Povo noticiou que ele sacou R$ 500 milhões da previdência, toda a verba a que tinha direito após a aprovação da lei, de uma só vez, ao contrário do que tinha prometido o governo. O Ministério Público de Contas (MPC) havia proposto uma medida cautelar para suspender a lei, que foi considerada irregular pelo Ministério da Previdência. Mas hoje o Tribunal de Contas do Estado arquivou o pedido do MPC e manteve a lei de Richa.
Líder do PT no Senado critica vista grossa do PSDB a Richa
Em discurso na tribuna do plenário na tarde desta segunda, o líder do PT Humberto Costa (PE) afirmou que "beira o cinismo" a vista grossa do PSDB a Beto Richa. Segundo ele, a denúncia de propina contra o governador tucano é varrida para debaixo do tapete. "No PSDB, pau que dá em Chico não dá em Francisco. Assim como silenciou para todos esses casos, o PSDB também faz vista grossa ao governador do Paraná, responsável pelo espancamento de professores da rede pública", declarou.
"A capacidade de autocrítica do PSDB está no nível do volume morto do Cantareira. Não se ouve uma única palavra do partido ou de seus líderes sobre o tema. Ninguém no PSDB fala, por exemplo, de impeachment de Beto Richa, da mesma forma entusiasmada como alguns tucanos chegaram a tratar quando o alvo era a presidenta Dilma", ressaltou o líder petista.
Humberto também destacou que as delações premiadas válidas para os tucanos são apenas as que atingem seus adversários, enquanto os autores de denúncia contra o PSDB são chamados de "bandidos". "O PSDB tem se especializado nessas críticas seletivas que beiram o cinismo, ao tentar apagar os rastros dos malfeitos e dos desmandos havidos nos seus oito anos de governo", disse o parlamentar.
do Brasil 247
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