Dilma sobre o impeachment: " A mim não atemorizam"

Presidente Dilma Rousseff afirma que está tranquila quanto ao movimento capitaneado pelo PSDB que pregava impeachment contra ela; em entrevista ao jornal mexicano La Jornada, ela disse que "essa discussão tem viés de uma arma política" e reafirmou que não tem por quê temer; "Eu acho que tem um caráter muito mais de luta política, entende? Ou seja, é muito mais esgrimido como uma arma política. Agora, a mim não atemorizam com isso. Eu não tenho temor disso, eu respondo pelos meus atos. E eu tenho clareza dos meus atos"

Ciente de que não há base legal que a ameace, a presidente Dilma Rousseff afirma que está tranquila quanto ao movimento capitaneado pelo PSDB que pregava impeachment contra ela. Em entrevista ao jornal mexicano La Jornada, ela disse que "essa discussão tem viés de uma arma política" e reafirmou que não tem por quê temer.
"Eu acho que tem um caráter muito mais de luta política, entende? Ou seja, é muito mais esgrimido como uma arma política. Agora, a mim não atemorizam com isso. Eu não tenho temor disso, eu respondo pelos meus atos. E eu tenho clareza dos meus atos".

Dilma comentou temas da política brasileira, como o esquema de corrupção de empreiteiras em contratos com a Petrobras, e assuntos internacionais, como o relacionamento entre Brasil e México, onde ela tem agenda vasta nesta semana.
Ao destacar a relevância da Petrobras, "tão importante para o Brasil como a seleção", a presidente falou da Operação Lava Jato e reconheceu envolvimento de funcionários da empresa no esquema de corrupção.
"A Petrobras tem 90 mil funcionários, quatro funcionários foram e estão sendo acusados de corrupção. Ninguém pode falar antes de ser condenado, mas todos os indícios são no sentido de que são responsáveis pelo processo de corrupção". 
Os quatro acusados a quem ela se refere são os ex-­diretores Paulo Roberto Costa, Nestor Cerveró e Renato Duque, e o ex-­gerente Pedro Barusco.
Em âmbito internacional, Dilma defendeu o financiamento do BNDES na construção do Porto de Mariel, em Cuba, e ponderou haver "certo exagero" na análise de que há um quadro de instabilidade em governos da América do Sul.
"Eu não acredito que a democracia engendre situações de paz dos cemitérios. A democracia engendra manifestações de rua, reivindicações, expressão de descontentamento. E nós, na América Latina, temos de cuidar muito, porque a raiz golpista sempre perpassa a cultura política dos países. Não dominantemente mais. Não, eu não acredito nisso".
Dilma foi questionada ainda sobre a política na América Latina, a recente aproximação entre Estados Unidos e Cuba e as denúncias de espionagem da NSA (Agência de Segurança Nacional dos EUA) contra o governo brasileiro. Para a presidente, esse tema "está concluído".
"O presidente Obama (...) abriu um processo de discussão em que eles tiraram várias resoluções. Entre essas resoluções, eles tiraram uma resolução de que não tem cabimento espionar países amigos, não é? (...) No marco do que eles fizeram, eles nos responderam".

Brasil 247

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