Adenina, guanina, citosina, timina - ACTG, os nucleotídeos, "letras" com que o código da vida é escrito. Por anos, cientistas vêm tentando ampliar esse alfabeto, adicionando novas bases naturais ou sintéticas.
Mas os resultados ainda deixavam algo a desejar - o DNA
alterado ou não se reproduzia sem ajuda externa ou não formava uma
hélice perfeita, critérios fundamentais para que tenha uso prático.
Cientistas da universidades da Flórida e Indiana acabam de
apresentar dois estudos à American Chemical Society, que, de acordo com
eles, são os primeiros a demonstrar duas letras adicionais em pleno
funcionamento. No primeiro, descrevem duas novas bases sintéticas
que se adaptam sem problemas ao DNA natural. São elas a "Z"
(6-amino-5-nitro-2(1H)-piridona) e "P"
(2-amino-imidazo[1,2-a]-1,3,5-triazina-4(8H)ona). No outro estudo, demonstraram em laboratório,
usando células de fígado humano, como o DNA de seis letras ? GACTZP,
na ordem que eles preferiram apresentar ? foi capaz de se replicar e
evoluir.
Segundo os cientistas, "bibliotecas de [DNA] GACTZP são
reservatórios de funcionalidade mais ricos que bibliotecas comuns". Em
outras palavras, elas permitem codificar mais informação que o DNA
natural. A aplicação prática, segundo eles, não é criar supermutantes
para substituir a humanidade, mas possivelmente inventar novos tipos de
proteínas, para pesquisa ou usos médicos.
por Fábio Marton
super
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