Auditores arrecadaram R$3,7 milhões para ONG ligada à mulher de Richa

Ministério Público apura uma denúncia anônima que acusa Fernanda Richa, mulher do governador Beto Richa (PSDB), de exigir doações ao Provopar (Programa do Voluntariado Paranaense) e à campanha do marido em troca da promoção de auditores, em 2014; campanha de arrecadação, promovida desde 2011 pelo sindicato da categoria, o Sindafep, já arrecadou R$ 3,7 milhões para a compra de cobertores para famílias carentes do Paraná

O Ministério Público investiga a meta imposta a auditores fiscais do Paraná, responsáveis pela arrecadação de impostos estaduais, para ajudar uma ONG vinculada à mulher do governador Beto Richa (PSDB), Fernanda Richa.
A campanha de arrecadação, promovida desde 2011 pelo sindicato da categoria, o Sindafep, já arrecadou R$ 3,7 milhões para a compra de cobertores para famílias carentes do Paraná, em parceria com o Provopar (Programa do Voluntariado Paranaense).
O MP apura uma denúncia anônima que acusa Fernanda Richa de exigir doações ao Provopar e à campanha do marido em troca da promoção de auditores, em 2014.
Os dois lados negam irregularidades.
Leia abaixo reportagem de Estelita Hass, da folha, sobre o assunto:

Responsáveis pela arrecadação de impostos estaduais, auditores fiscais do Paraná têm metas anuais para doar a uma ONG vinculada à mulher do governador Beto Richa (PSDB), Fernanda Richa.
A campanha de arrecadação é promovida desde 2011 pelo sindicato da categoria, o Sindafep. O dinheiro é destinado à entrega de cobertores para famílias carentes do Paraná, em parceria com o Provopar (Programa do Voluntariado Paranaense).
Nos últimos três anos, os auditores arrecadaram R$ 3,7 milhões, segundo o Sindafep. O R$ 1,5 milhão alcançado em 2014 corresponde a um terço da receita da ONG, segundo a Folha apurou.
Os valores estão na mira do Ministério Público. Uma denúncia anônima sustenta que Fernanda Richa exigiu doações ao Provopar e à campanha do marido em troca da promoção de auditores, em 2014. Reportagem da Folha mostrou que auditores doaram quase R$ 1 milhão ao tucano e seus aliados em 2014.
O inquérito corre sob sigilo. Até agora, não há provas que corroborem a suspeita.
A corrupção entre auditores também é investigada. Quinze deles foram denunciados por anular dívidas de empresas em troca de propina, em Londrina. Há indícios de que o esquema exista em outras regionais.
O Sindafep diz que tem forte atuação social e que ajuda diversas entidades.
LAÇOS
O Provopar foi fundado como braço de assistência social do Estado em 1980. Três anos depois, desvinculou-se do governo, mas seu estatuto prevê que toda primeira-dama tenha assento no conselho.
A doação de cobertores é a mais importante ação da ONG. Fernanda Richa a impulsionou como primeira-dama de Curitiba, de 2005 a 2010. Em parceria com empresas, ela multiplicou as doações.
Em 2010, ela foi condenada pela Justiça por pedir votos ao marido durante um evento de distribuição de cobertores. Está recorrendo.
Hoje, o Sindafep é o principal parceiro da campanha no Provopar. Doou metade dos cobertores distribuídos nos últimos três anos.
Para chegar a esse número, o sindicato estabelece metas de arrecadação para cada regional. Em reuniões mensais, cobra resultados e celebra metas atingidas. 

com Brasil 247

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