A real é a seguinte: não é com reza que você muda um país.
A essa altura, milhões de pessoas já estão convencidas
de que o único jeito de criar um Brasil novo é extirpar esse sistema
corrupto pela raiz. E nunca, nunca houve um momento mais propício para isso.
Nossos governantes tiraram sarro dos nossos direitos – e
continuam roubando a gente até o último centavo. Políticos assim
esperam o quê? Só podem esperar revolta mesmo. Essa revolta precisava de
uma válvula de escape. E acabou de encontrar.
No final, aliás, quem vai decidir quem está certo é a
história. E ela vai condenar justamente quem está no poder hoje – quem,
diante de tudo o que está acontecendo no país, leva mais em conta o
próprio ego que o bem da comunidade.
O texto aí em cima não é meu. É do Hitler. São partes do Mein Kampf
(Minha Luta), o livro/cartilha revolucionária que ele começou a
escrever em 1923, enquanto estava preso por uma tentativa de golpe de
estado. Só troquei“Alemanha nova” por “Brasil novo”. E deixei o texto em
português do século 21, para não parecer alienígena.
O original, aliás, é particularmente mal-escrito. E as ideias ali parecem ter sido elaboradas por uma lagartixa. Mesmo assim, o Mein Kampf foi
uma peça importante para que o país mais intelectualizado do mundo
acabasse nas mãos de um psicopata obtuso. Então cuidado com o que você
lê ou ouve no calor deste momento. A hora no Brasil é histórica. Fato. Mas nem todo mundo que está surfando nessa onda merece a sua atenção.
É o caso de quem fala em fechar o Congresso, imolar a presidente,
acabar com a democracia. Porque de vez em quando a democracia acaba
mesmo. E o que vem no lugar é invariavelmente pior.
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Alexandre Versignassi
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