Coluna do Requião Filho - A grande encenação de Aécio e do PT

Parece que é tudo encenação. Desse jeito Aécio terá muito o que conversar com o governo, irão conversar sobre quem poupar…
Que tipo de oposição se faz em um Congresso fazendo acordos para poupar investigados em uma CPI?

Lendo o folhetim local me deparo com mais uma matéria sobre o Aécio Neves, que tem tido mais espaço nas “notícias” que receita de panetone em época de Natal no programa da Ana Maria Braga. O panfleto traz notícias de que o candidato não eleito fará a mais valorosa oposição ao governo.
Estranho… e eu achando que o trombone da oposição era o nosso paranaense Álvaro Dias.
No discurso, o senador mineiro assume que qualquer diálogo passa pela investigação dos escândalos da PETROBRAS. Sem investigação a oposição diz que não há de dialogar com o governo federal. Eu acho ótimo, quero ver todos os escândalos esmiuçados e investigados profundamente. Quero ver o STF abrir as gavetas e tirar o pó dos mensalões mineiros e afins, gostaria até de saber de quem era a cocaína do helicóptero que até hoje não tem dono.

Só que tem um problema! No mesmo veículo de notícias impressas tem uma notícia que vai de encontro ao mais novo arauto da oposição. O título da matéria “CPI da Petrobras faz acordo para deixar políticos de fora das convocações” deixa claro que situação e oposição não estão muito afim de fazer o trabalho pesado e sujo de revirar cada pedra e ler cada folha, nem quebra de sigilo telefônico, fiscal e bancários dos corruptores a CPI quer. Cadê a vontade de investigar? O PT barrou a convocação de figurões, já o PSDB barrou Leonardo Meirelles que mencionou os figurões do partido.
Parece que é tudo encenação. Desse jeito Aécio terá muito o que conversar com o governo, irão conversar sobre quem poupar…
Que tipo de oposição se faz em um Congresso fazendo acordos para poupar investigados em uma CPI? São perguntas retóricas que ecoam na minha cabeça enquanto leio as notícias e vejo a timeline de meu Facebook onde os cidadãos brasileiros se digladiam chamando uns aos outros de ladrões, burgueses, comunistas, militontos e golpistas. Acho que merecemos um Congresso mais proativo, um judiciário menos político, e investigações menos focadas na geopolítica e mais no resultado.

Requião Filho