Coldplay, Nickelback e Cine: os assassinos do rock

Líderes de vendas de discos e presença constante na programação das rádios, com canções genéricas que pendem para um pop aguado e chiclete, grupos como Maroon 5 dão a falsa ilusão de que o gênero está em alta, quando na verdade se encontra cada vez mais debilitado


Das paradas da Billboard às premiações do Grammy, passando pelas prateleiras das já quase extintas lojas de disco, eles estão lá, rotulados como rock. Mas, verdade seja dita, os hits sonolentos do Coldplay e as batidas eletrônicas do Maroon 5 passam longe da classificação. A confusão é mais um obstáculo para um gênero que definha na UTI da indústria musical. Menos por criar a falsa impressão de que o rock vem se recuperando, o que não ajuda mas também não atrapalha, do que por afugentar aqueles que poderiam ter orgulho de se dizer fã de um gênero que já teve, entre os seus representantes, músicos do porte de Elvis Presley e John Lennon. Afinal, se aliar a uma banda como Nickelback é motivo de vergonha pura.
Com um som genérico, composto de músicas praticamente iguais na melodia e nas letras, o grupo canadense é talvez o maior exemplo de como se pode estragar um estilo tão bacana. A "obra" é tão ruim que a banda ganhou nos últimos anos o apelido de "piada do rock" entre críticos e outros músicos do gênero. Um inglês chegou a criar uma campanha virtual para manter a banda distante de Londres. "Don’t let Nickel back" ('Não deixe o Nickel voltar', em tradução literal), diz o título da ação, que se propõe a enviar mensagens para os empresários do conjunto, pedindo que ele se mantenha afastado da capital inglesa.
No Brasil, onde a situação é ainda mais crítica, as suspeitas de assassinato do gênero recaem sobre as chamadas bandas coloridas. A vertente alegre do emocore, liderada principalmente pelos adolescentes de calças coladas do Cine e Restart, ocupou espaço nas rádios e nas emissoras de televisão, principalmente entre 2008 e 2012, jogando uma pá de cal no rock nacional. Hoje, felizmente, o subgênero perdeu força e já não é relevante. E, enquanto as boas bandas de rock despontam apenas no cenário independente e nas rádios especializadas, o funk e o sertanejo dominam o gosto do público e os principais meios de comunicação.

com conteúdo de Rafael Costa
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