Cientistas descobrem evidências de como se formaram as primeiras galáxias


Um grupo de cientistas chineses e americanos publicou nesta quarta-feira na revista Nature um estudo que lança luz sobre como se formaram as primeiras galáxias do Universo, um dos mistérios ainda não desvendados pela astrofísica moderna. Analisando duas galáxias próximas, que reproduzem o que seriam as condições espaciais durante os primeiros bilhões de anos após o Big Bang, os cientistas descobriram que elas têm uma taxa de formação de estrelas muito inferior à nossa e possuem mais luz infravermelha do que os astrônomos previam.

O grupo liderado por Yong Shi, da Universidade de Nanjing, na China, observou com o telescópio espacial Herschel duas galáxias pobres em elementos metálicos, para inferir os mecanismos que originaram as estruturas estelares primitivas. As escolhidas foram a Sextans A, uma galáxia anã irregular localizada a 4,5 milhões de anos-luz (cada ano-luz equivale a 9,46 trilhões de quilômetros) da Terra, e a mais distante ESO 146-G14, uma formação elíptica a 73,3 milhões de anos luz. 
Os pesquisadores escolheram esse tipo de formação porque as primeiras galáxias do universo contêm estrelas formadas a partir de gases que contêm pouco ou quase nenhum elemento metálico (aqueles mais pesados que o Hélio). No entanto, são exatamente esses elementos pesados que facilitam o esfriamento do gás interestelar e fornecem as condições apropriadas para a formação de estrelas. Por isso, saber como essas estrelas nascerem — e, consequentemente, as galáxias, que são aglomerados de planetas, estrelas e outros corpos celestes — quase sem a presença de metais ainda é um desafio para os cientistas. 

Poucas estrelas — A partir do estudo de sete aglomerados estelares nessas galáxias, os cientistas determinaram que há pouca formação de estrelas nessas condições. Em nossa galáxia, a Via Láctea, a rapidez de formação de estrelas é dez vezes maior que nas duas galáxias estudadas.
Além disso, o grupo de Shi detectou uma maior quantidade de luz infravermelha do que era previsto pela teoria para esse tipo de galáxias, o que poderia indicar a presença de mais pó e gás interestelar do que se esperava.
"Compreender a formação estelar em pequenas galáxias de nosso entorno é o que nos permite aprofundar no estudo da formação estelar do Universo originário", disse o astrofísico americano Bruce Elmegreen, do Watson Research Center, em um comentário publicado sobre a pesquisa na Nature.
CONHEÇA A PESQUISA

Título original: Inefficient star formation in extremely metal poor galaxies

Onde foi divulgada: revista Nature

Quem fez: Yong Shi, Lee Armus, George Helou, Sabrina Stierwalt, Yu Gao, Junzhi Wang, Zhi-Yu Zhang e Qiusheng Gu

Instituição: Universidade de Nanjing, China

Resultado: Analisando duas galáxias próximas, que reproduzem o que seriam as condições espaciais durante os primeiros anos após o Big Bang, os cientistas descobriram que elas têm uma taxa de formação de estrelas muito inferior à nossa e possuem mais luz infravermelha do que anteriormente previsto.


(Com Agência EFE)

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