Aumento de Richa para professores chega próximo a zero


Em sua campanha eleitoral, o candidato Beto Richa tem alardeado um aumento de mais de 50% para os professores da rede estadual de ensino ao longo de três anos. Entretanto, a categoria está longe da satisfação, como tem demonstrado em diversas manifestações e grupos de discussão junto ao Governo do Estado. Isso porque o porcentual divulgado por Richa está longe do ganho real dos professores – próximo de zero se comparado à inflação do período.

Em maio de 2011, no primeiro ano de Richa, o governo concedeu um reajuste na data-base de 6,5%. Porém a inflação dos 12 meses anteriores a esta data-base, segundo o IPCA, foi de 6,55%. Ou seja, o reajuste de Richa sequer cobriu integralmente a perda inflacionária. Em junho e outubro daquele ano, foram pagos 3% e 2,83% de reajuste equivalente a equiparação com o piso nacional do magistério. O governo do Estado deu este aumento porque a lei aprovada pelo governo federal o obrigava a isso.
Em 2012, na data-base, mais uma vez o reajuste ficou próximo da inflação do período. Foram 5,11% de reajuste para uma inflação de 4,98%. Em julho e outubro foram pagos dois aumentos de 6,6%. O primeiro foi uma progressão de carreira atrasada de 2011 e o segundo, a progressão de 2012. Entretanto, as progressões não atingem a todos os professores. Quem já está no final da carreira, por exemplo, não recebe qualquer reajuste.
Em 2013 foi a mesma estratégia: na data-base de maio foram aplicados 7,11% de reajuste ante uma inflação de 6,5%. E o outro aumento do ano, de 3,94%, é a progressão para 2014.
Para o consultor em educação Robson Stigar, da Humanitas Assessoria, os aumentos concedidos à categoria nas datas-bases sequer são suficientes para cobrir a inflação do período. “O governo está jogando com os números: o reajuste oficial está sempre próximo da inflação, porém o índice oficial já é mascarado pelo governo – o que a gente sente no supermercado é muito mais”, comenta Stiglar. “Os professores são a categoria de servidores que menos teve reposição. O sindicato dos porteiros tem reposições de 11% ao ano, em média.”
O consultor também discorda da inclusão de progressões no cálculo do aumento. “A progressão é um mérito de cada professor. O servidor avança de forma diferente, conforme o desempenho e conquista de títulos. A progressão está condicionada ao plano de cargos e salários: ele não está recebendo aumento, e sim sendo promovido a um novo cargo após se especializar. É imoral agrupar a progressão com a questão salarial”, afirma.

Assessoria de Imprensa Requião/Osny Tavares

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