Vou
escrever aqui o nome de gente de que, com raras exceções, nunca ouvi
falar, mas que, consta, é famosa, existe. Uma tal Tatá Werneck escreveu
no Facebook: “Instituto Royal esta matando cachorros para testar seus
cremes de merda”. A empresa nem mata animais nem testa cosméticos, mas
analgésicos e drogas contra o câncer — que, segundo entendo, a dita-cuja
jamais usará ainda que precise. Uma certa Sthefany Brito recorreu a um
juízo tão especioso quanto a grafia do seu nome: “Como pode, né? Isso
não pode nem ser chamado de gente! Isso é monstro sem coração! Quanta
covardia!! E pior de tudo… Vão sair impunes!!!”. Ela não se referia aos
bandidos que invadiram o laboratório, mas aos donos da empresa e
cientistas que lá trabalham com seriedade.
Na lista
das celebridades que apoiaram o vandalismo obscurantista estão Mariana
Rios (?), Rodrigo Simas (?), Gustavo Leão (?) e Jesus Luz (já ouvi
falar; é aquele que Madona pegou). Também se manifestaram a favor Bruno
Gagliasso, Giovanna Ewbank (?), Alinne Rosa (?), Leilah Moreno (?),
Preta Gil (participa do Medida Certa, do Fantástico; sei quem é) e
Marcelo Médici, humorista. Achei esses nomes todos num texto da
revista Caras. Fiz a seguinte procura no Google: “celebridades apoio
Instituto Royal”. É possível que haja muito mais descolados.
Cada uma
dessas pessoas, por coerência, deveria assinar um documento se
comprometendo a jamais usar qualquer medicamento que tenha sido testado
antes em animais — e isso quer dizer renunciar à alopatia. Talvez à
homeopatia também. Funcionando ou não, nem entro no mérito, o fato é que
se administram drogas homeopáticas também a bichos. Suponho que se
tenha feito algum teste antes, não?
Quando a
garganta do galãzinho garnisé Bruno Gagliasso inflamar, formando placas
de pus, em vez de tomar uma das eritromicinas da vida, que foram
testadas em beagles — a gente sabe que ele é contra e, corajoso que é,
não vai aceitar um tratamento covarde —, ele vai procurar manter um
diálogo amigável e respeitoso com os estreptococos, que, afinal de
contas, também são vida. Bruno talvez tenha aderido a um dos pensamentos
delinquentes hoje influentes no mundo, que combate o “especismo”. A
diferença entre um estreptococo, um beagle e um Bruno Gagliasso, segundo
esse ponto de vista, é mera questão valorativa — e, pois, relativa.
Falar com
estreptococo é difícil. É um bicho coletivista, com formação de esquerda
e só decide em conjunto — quem manda é a colônia, o coletivo, sabem…
Acho difícil que possam ceder. A palavra de ordem dos estreptococos é
“Não me representa”. Ou a colônia inteira fica, prospera e mata o
hospedeiro, ou há a morte coletiva. Uma gente radical. O estreptococo
deveria ser eleito o líder dos novos radicais. Assim, se a negociação
falhar, Bruno pode tentar própolis, mel, reza braba, passe espiritual,
orações, velas, sei lá… A única coisa que não pode fazer é tomar um
antibiótico e endossar os testes em beagles.
O mesmo
vale para os outros “artistas”. No país em que uma lei proíbe a
publicação de biografias, celebridades usam as redes sociais para, em
nome da liberdade de expressão, apoiar o crime. Essa gente toda deve
desculpas aos donos e cientistas do Instituto Royal. Numa democracia que
se respeita, como a americana, essa gente seria processada e perderia
até as calças em razão da calúnia, da injúria, da difamação e do
incitamento ao crime. Veriam como é viver num país sem impunidade, em
que “estrelas” não têm licença especial para sair acusando as pessoas
por aí.
Há algo mais a dizer a respeito. Fica para o post seguinte.
veja
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