O mais antigo antigo composto cerimonial maia já descoberto remonta 200 anos antes de sítios semelhantes em toda a região da América Central, os arqueólogos anunciaram hoje (25 de abril). A descoberta de uma pirâmide e uma praça provavelmente teria servido como um observatório solar para rituais.
A descoberta, em um local chamado
Ceibal, sugere que as origens da civilização maia são mais complexas do
que se acreditava. Arqueólogos debateram calorosamente se os maias –
famosos por seu sistema de calendário que impulsionaram rumores sobre o
fim do mundo no ano passado – se desenvolveram de forma independente ou
se eles foram inspirados por uma cultura conhecida como olmeca.
“Esta importante mudança social
aconteceu por meio de interações regionais”, disse o pesquisador Takeshi
Inomata, antropólogo da Universidade de Arizona. “Mas não parece que os
olmecas inspiraram a civilização maia. Em vez disso, toda a região
passou por uma mudança cultural em torno de 1.000 a.C., com todas as
culturas próximas adotando estilos arquitetônicos e cerimoniais
semelhantes.
Escavações
A constatação vem de sete anos de
escavações arqueológicas em Ceibal, uma região no centro da Guatemala,
que foi ocupada continuamente por 2.000 anos. Chegar à origem de Ceibal
não foi difícil: os primeiros edifícios foram soterrados sob 7-18 metros
de sedimentos.
As estruturas mais antigas descobertas
incluem uma praça com um edifício ocidental e uma plataforma oriental,
um padrão visto em outros locais maias menos antigos e também no centro
olmeca de La Venta, na costa do Golfo do México. Os pesquisadores usaram
datação por carbono para concluir que a data de construção é de cerca
de 1.000 a.C. Isso significa que as estruturas em Ceibal são cerca de
200 anos mais velhas do que La Venta, ou seja, as práticas de construção
dos olmecas não poderiam ter inspirado os maias.
Embora houvesse uma conexão entre as civilizações, não havia uma influência direta, segundo os pesquisadores.
O começo uma civilização
Essa fase inicial da cultura maia
aconteceu antes da civilização desenvolver sua linguagem escrita e seu
complexo sistema de calendários. A área da pirâmide e da praça era quase
certamente um espaço para rituais, uma vez que muitos objetos comumente
utilizados em oferendas foram encontrados nas escavações.
Do edifício ocidental, há a visão da plataforma e da pirâmide oriental, onde há mensagens em cada extremidade e no centro. No solstício de verão, o nascer do sol acontece sobre o marcador mais setentrional. Nos equinócios de primavera e outono, o nascer do sol acontece sobre o marcador central, e no solstício de inverno, sobre o marcador meridional. Não está claro o que poderia ter levado os maias a mudar sua vida semiestabelecida para aldeias permanentes e cidades. Uma possibilidade é que a produção de milho se tornou mais eficiente cerca de 1.000 a.C. O povo olmeca teria cultivado milho razoavelmente bem, dada o solo fértil dos rios que alimentam o Golfo do México. Mas as terras baixas maias eram menos úmidas e menos férteis, com menos peixes e aves que os olmecas podiam usar para completar suas dietas. Se a agricultura de milho tornou-se mais produtiva em torno de 1.000 a.C, no entanto, isso pode ter ajudado o povo maia a se desenvolver. “Este estudo não é apenas sobre esta civilização específica”, disse Inomata. “Nós também queremos saber como a sociedade humana mudou e como e se desenvolveu ao longo da história”.
[LiveScience]
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