Polícia nega morte de menina de oito anos após lua de mel com marido de meia-idade, diz site


Autoridades de segurança local da província de Hajja, ao norte do Iêmen, negaram os relatos da mídia sobre a morte de uma menina de oito anos de idade, pouco depois de seu casamento com uma homem de 40 anos. A história se tornou viral na internet e gerou comoção. O jornalista que escreveu a história, no entanto, insiste que seu relato está correto e se baseia em informações vinda dos vizinhos da menina.

Segundo informações do site Gulf News, Mohammad Radman, um repórter freelancer da província, publicou a notícia sobre a suposta morte da menina, no último final de semana. A garota teria morrido durante a lua de mel com um homem de meia-idade. Ela teria sofrido lacerações após a relação sexual e morrido em decorrência de uma forte hemorragia.
A história se tornou viral na internet, causando indignação na região. Rapidamente, internautas usando blogs e redes sociais proliferaram o caso e condenaram o suposto incidente.
Apesar da história ter sido desmentida, o jornalista que escreveu a reportagem insiste que sua história é verdadeira. Ele alegou, inclusive, que segundo vizinhos a menina já teria sido enterrada. Mohammad também condenou a posição de funcionários da polícia local em negar o crime. “Eles estão dispostos a dar o testemunho deles sobre o assunto. Eu acho que as autoridades estão tentando enterrar a história”, disse.
Mosleh Al Azzani, diretor de Investigação Criminal no distrito Harradh onde o casamento teria ocorrido, disse ao Gulf News via telefone que ele, pessoalmente, ligou para a menina e seu pai para questioná-los sobre o incidente. O nome da garota é Rawan. “Quando ouvi os rumores, liguei para o pai da menina. Ele veio (até a delegacia) com sua filha e negou o casamento e a morte dela. Eu tenho as fotos da menina e posso mostrá-las”, disse ele.
O funcionário confirmou que a menina tem oito anos de idade e o pai, cerca de 40. “O homem mudou-se para Haradh há 20 dias. Ele é pai de Rawan, de uma outra mulher já casada e de um menino. Estou pronto para chamá-los novamente, se qualquer jornalista quiser investigar esta questão”, afirmou Mosleh, acrescentando que não recebeu qualquer informação do hospital sobre a morte da menina.
Também em Hajja, Aziz Saleh, um jornalista que mantém um site local, disse que entrou em contato com o escritório da autoridade local, que negou a notícia. “Todos eles sustentam que nem o casamento, nem a morte tinham ocorrido”, disse ao Gulf News.
Ahmad Al Qurishi, o chefe da SEYAJ, uma ONG independente que defende os direitos das crianças, também negou a história. “Entrei em contato com o diretor de Investigação Criminal, o promotor de Hajja e chefe de segurança da província, que negou categoricamente toda a história”, disse ele.
Ahmad afirmou ainda que a organização realizou sua própria investigação sobre o assunto, enviando alguns ativistas para à área. “Os resultados preliminares mostraram que a história era falsa”, afirmou. De acordo com o responsável pela ONG, “algumas pessoas criam essas histórias para obter publicidade e atenção e ajuda de organizações internacionais”, acrescentou ele, referindo-se ao jornalista que divulgou a denúncia.

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