A necessidade de lubrificação e proteção dos olhos e a troca do metabolismo da córnea são os principais motivos pelos quais a lágrima se forma, Bruna, sua chorona. Vamos deixar claro que nossas glândulas lacrimais produzem lágrimas o tempo inteiro, elas não se formam apenas para extravasarmos nossas desequilibradas emoções.
O médico Flávio Antônio Romani, professor de oftalmologia da Faculdade de Medicina da PUCRS, explica que a principal função da lágrima é ser um condutor. Ela leva elementos químicos para o metabolismo do olho, principalmente até a córnea – órgão que não possui vasos sanguíneos (justamente por ser transparente). A lágrima fica, assim, responsável por oxigenar a córnea. Isso você já deve ter sentido naqueles dias de secura invernal, o olho ficando escamoso como um lagarto e irritado como o Hulk.
A lágrima também ajuda na proteção e limpeza. Para isso, ela conta com um agente bacteriostático presente em sua composição, chamado lisosima.
Quanto à composição química, a lágrima será sempre a mesma, não importa se a pessoa chora lágrimas de crocodilo ou não: é formada por mucina, proteínas e lípidios. “O gatilho emocional que estimula a glândula lacrimal pode ser diferente (tristeza, felicidade, um sonoro pé na bunda etc.), mas a composição da lágrima é igual”, conta Romani.
Quando você abre o berreiro, há uma produção de lágrimas em grande quantidade desencadeada por um estímulo cerebral na glândula lacrimal principal. Ou seja, somos uma represa de lágrimas. Se o chororô apertar, a represa transborda.
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