A depilação da atriz Nanda Costa nas fotos que fez para a Playboy
de agosto alvoroçou os usuários do Twitter neste sábado. O assunto
galgou posições rapidamente entre os assuntos mais comentados, chegando
ao quarto e, finalmente, ao segundo lugar no ranking dos "trending
topics".
Alguns traçaram paralelos com um ensaio antológico da atriz Claudia Ohana, também para a Playboy, em 1985. A comparação é um exagero: Nanda Costa, muito ou pouco, depilou-se, enquanto Claudia era pura naturalidade.
Outros fizeram brincadeiras com o fato de que o ensaio foi realizado em Cuba - a ilha dos barbudos revolucionários.
No começo da noite, às 19h30, a própria atriz
resolveu dar sua contribuição ao debate, com bom humor e trocadilhos.
"Não depilei por escolha", escreveu Nanda, a protagonista Morena de Salve Jorge, última novela das nove da Globo. "Fiz até foto em uma barbearia, mesmo assim não mudei de ideia."
Se hoje rendeu tuítes, em outros tempos o assunto renderia tratados.
Os pelos púbicos têm tudo a ver com sexo e
maturidade. Como todos os pelos, sua função primitiva é ajudar
ferormônios a se espalhar pelo ambiente. Eles só surgem depois do início
da puberdade. A mulher sem pelos é virginal.
Por isso, nos anos 70, as feministas usaram os
pelos - nas axilas, nas pernas, no sexo - como um emblema de sua
independência: não sou a menininha de ninguém! Algumas gostavam de
mencionar a mais curiosa representação de Vênus, a deusa da beleza, na
Antiguidade: a Vênus Barbada.
Se não depilou "por escolha" - e resolveu fazer
outra foto com um charuto na mão - Nanda Costa deve estar pensando em
alguma coisa desse tipo. Ou será que não?
Na história da arte clássica, os pelos púbicos
femininos foram sempre esquecidos. Com duas notáveis exceções. O
primeiro grande nome da pintura que se atreveu a sugerir sua existência
foi o espanhol Francisco Goya, no quadro La Maja Desnuda, de
1800. A Maja não era, assim, uma Claudia Ohana. Nem mesmo uma Nanda
Costa. Mas a Inquisição intimou Goya para uma conversinha.
Sessenta e seis anos mais tarde, o francês Gustave
Courbet dedicou toda uma tela ao sexo não depilado de uma mulher. A
Inquisição já não operava. Mas o escândalo diante de A Origem do Mundo foi enorme.
Seja qual for a "mensagem" do ensaio de Nanda
Costa, o público, digamos, mordeu a isca. O silicone da atriz mal foi
mencionado. Implantes, enchimentos, seios, pernas e glúteos
ultradesenvolvidos - nada disso chama mais a atenção.
Pelos - eles sim - são assunto.
E você?
Prefere como?
Com Veja
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